CRONICA DE SAUDADE

26-06-2013 19:48

Andei vasculhando e encontrei esta mutiana que achei bem parecida com a mulher do meu mainato António, moendo com seu pilao, a chima para dar comer ao filho que não parece muito interessado.

Quantas vezes me sentei numa esteira assim... até cheguei algumas vezes a dormir nela, hoje já não seria capaz, minhas "cruzes" como diria minha sogra não deixariam!

Esta é uma das minhas crónicas, foram muitas as que escrevi em varias comunidades, as minhas histórias feitas em cima do joelho, com algumas gralhas, mas com todas as histórias verdadeiras, das minhas aventuras e desventuras; de uma mulher simples que nunca teve pretenções a escritora, apenas adorar conversar, pincelando suas façanhas com algum colorido, e muitas vezes algumas lágrimas á mistura... Neste ano que logo termina, foram mais as percas que os ganhos, mas como sempre me erguia novamente agarrando-me á esperança de um novo dia melhor.

Terminarà o ano, minhas histórias, os escombros do que foi outrora um bairro de tabuínhas alinhadinhas, e onde ficàmos só nós...

Nao mais voltei ao café do costume... Que será do meu personagem com cara de mordomo?! Será que está melhor? E aquele senhor sempre lendo o jornal com a inorme lupa qe sempre gentilmente me convidava a partilhar a mesa... vou terminar o ano sem os ver, a chuva impertinente não permite que minhas sandálias se desloquem... estou ficando "branquela", a modos que esbranquiçada, santo Deus!

Hoje me lembrei particularmente da minha terra, das festas de passagem de ano que eu mesma organizava sempre com a valiosa ajuda dos militares que só faltava me fazerem continencia... tempos maravilhosos que não mais voltam, bolas, não quero acabar chorando, borrando a pintura que me esqueci de por!

Que todos os meus leitores tenham um bom dia, e que ao lerem esta Cronica agora cà de mais longe, saibam que por vezes posso nao aparecer, mas sempre estarei ao vosso lado.

 
Sao Percheiro

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