NO MEU TEMPO

27-06-2013 12:57
 

Olá, mais um dia passado e por sinal de chuva, o que me deixa um pouco deprimida, mas amanhã ou depois Deus vai mandar um pouquinho de sol para alegrar.
Era bom que estes raios de sol penetrassem bem fundo no coração desta geração que realmente não consigo entender.
Também já fui criança, adolescente mulher, e não sei quais os motivos que possam levar esta nossa geração a um poço sem fundo, o que já não falta muito.

Os meninos do meu tempo brincavam com as bonecas de trapos feitas de restos das chitas que sobravam dos vestidos feitos pela própria mãe, e que muitas vezes era só usado ao domingo ou dias de festa.

Eu só tive a primeira boneca de verdade aos 10 anos, e isto porque estava internada, foi a minha primeira boneca.

Os meninos faziam seus carrinhos em madeira tôsca e sabiam brincar como ninguém, jogando ao pião á bola, e se brincavam com as meninas eram de uma delicadeza que só visto.

Quando pela primeira vez iam para a escola os pais logo lhes recomendava, "não quero queixas do teu professor", e assim era, fossem meninos humildes ou de gente mais abastada, seus bibes de xadrezinho colorido eram iguais para todos, não havia o menino rico e o menino pobre, eram apenas crianças, crianças que iam ser formadas para serem no futuro homens e mulheres de verdade.

Seus cadernos aos quadradinhos para a aritmética, e de linhas para as cópias e ditados, eram iguais para todos, o que fazia com que entre eles não houvesse a mania da superioridade, todos eram iguais, crianças que iam ao quadro mal o professor chamasse sem uma reclamação ou atitude menos correta. Na escola eles os professores representavam seus pais, a quem davam conta do seu comportamento diário, os deveres de casa eram feitos com responssabilidade, tirando qualquer duvida com os pais ou até um irmão mais velho.

Ser poupado era-lhe logo incutido, seus livros eram encadernados, e seus cadernos sem qualquer risco, e assim os livros iam passando de irmão para irmão poupando assim gastos desnecessarios, isso os ajudaria muito no futuro, fazendo deles meninos exemplares, bons filhos e mais tarde bons cidadãos.

No lugar do telemóvel de gama, a lancheira onde a merenda que levavam sempre dava para dividir com o menino mais carenciado, e no recreio eram muitos os jogos onde todos os bibes se misturavam alegremente, e a palavra "bullying" acho que nem era conhecida no dicionário que nem todos tinham.

Que belos tempos, agora eu pergunto, de quem será a culpa? E até onde isto irá parar? Ontem aqui na terra onde o comboio "apita três vezes", um menino de 10 anos, sem mais nem quê, quando a escola estava acabando subiu ao 2º andar e dali feito artista de cinema, se mandou cá para baixo...desgosto de amor? Ou falta de um par de boas chapadas? Mas não, o menino tem de ter um bom telemóvel, um computador último modelo, que importa se depois o orçamento famíliar vai para o caraças?!

Arre que isto é de mais, por este andar é melhor fechar as escolas, e fazer um Portugal de burros!

 
Sao Percheiro
 
 
 

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